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ESQUEÇA O PASSADO...
Quando a nostalgia pode fazer mal?
A Ciência já comprovou que ela pode causar doenças graves como a depressão
Publicado em 23/02/2022 às 11:36 Ítalo
Quando a nostalgia pode fazer mal?

Um dos assuntos mais comentados atualmente, tanto na imprensa como nas redes sociais, é a nostalgia. A Ciência comprova que quando ela é exagerada, pode causar doenças graves como a depressão e nesses casos é preciso urgentemente buscar ajuda médica.

Depois de ler inúmeros artigos assinados por psiquiatras e psicólogos de renome nacional e internacional, eles revelam e comprovam que os ‘nostálgicos’ tendem a considerar o passado muito melhor do que o presente e as pessoas mais velhas são as que sentem mais nostalgia.

“Bons tempos!”, “Como o passado era bom!”, “Eu era feliz e não sabia!”, ‘Buáááá, ai que saudades dos antigos carnavais’... Quem nunca viu alguém choramingando essas frases? Elas são expressões de nostalgia, termo que para os gregos significava a dor (algós) que atingia quem fazia uma viagem (nostós) para longe do seu país. De acordo com o dicionário, é um sentimento ligeiro de tristeza pela lembrança de experiências vividas no passado, além de saudade ou tristeza por algo ou alguém que já não existe mais ou que não temos mais.

Além de não nutrir nada positivo, pois não adianta recordar uma fase em que a pessoa estava ‘por cima’ e era presença nas festas e nas notícias de outrora e hoje se perde na invisibilidade melancólica de ter ‘saído de moda’, ao não exercer mais cargos de poder na política ou na economia, ao perder a fama de ser ‘colunável’ na imprensa... Enfim, tais sentimentos e recordações causam sérios danos a si próprio ao viver o ‘hoje’ fora da realidade, ou seja, imaginando ainda estar no ‘passado’ que há muito tempo passou!

NOSTALGIA, SAUDADE E REALIDADE...

Muita gente faz confusão entre nostalgia e saudade, mas segundo Carolina Falcão, professora de psicologia da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), não são sentimentos iguais.

"Somos sujeitos atravessados por saudades, já que ao longo da vida vamos deixando experiências, pessoas e prazeres para trás". A diferença dos nostálgicos, ela diz, é que além de sentirem saudade, entendem que o que tinham ou viviam no passado era melhor do que o que têm e vivem hoje.

A nostalgia às vezes é vista como algo sentido apenas por quem tem um presente pobre de alegrias. Mas conforme Leila Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), ela tem sua importância. "Tem a ver com a memória de um tempo que passou. E isso não é necessariamente patológico. Na verdade, é necessário. Porque se as pessoas não puderem ter memória de tempos passados, de suas experiências e relações, acabam ficando como um arquivo vazio".

É imensa a legião de ‘antigos’ sujeitos a sentir essa mistura de tristeza e saudade quando deixam para trás uma fase muito boa ou são obrigados a fazer renúncias. Afinal, se abrir para novas situações não é fácil. Leva um tempo para se adaptarem às mudanças. "Sempre que fazemos algum processo de transformação, por mais simples que seja, ou por mais que desejemos esta transformação, experimentamos algum tipo de sofrimento", pontua Falcão.

O normal, diz Tardivo, é que esse passado querido nos estimule a crescer e ser pessoas melhores, mesmo que seja doloroso no começo. "Crescer está relacionado a ganhar e perder. Ninguém muda de fase de desenvolvimento se não perde a anterior. Isso faz parte da vida". É o que acontece, por exemplo, quando um filho deixa a companhia dos pais para seguir o próprio caminho.

A ausência dele em casa é compensada pela felicidade dos pais em vê-lo realizado.

QUANDO A NOSTALGIA FAZ MAL?

Tardivo afirma que a nostalgia é saudável quando traz lembranças de um passado bem vivido e ajuda a entender o presente. Mas se for muito intensa, pode até paralisar a vida. "O que prejudica é uma memória que faz a pessoa ficar amarrada no passado", frisa. Esse sentimento é tão forte em algumas pessoas que as impede de viver o aqui e agora. Como não conseguem encerrar o luto pelo que perderam de tão precioso, não acham graça em mais nada.

Há aqueles que, mesmo em idade avançada, não acordaram para a realidade. Vivem andando pra lá e pra cá com álbuns de fotos antigas mostrando a quem encontram sua ‘história’ na cidade aonde chegaram na época da colonização, meados do século passado...

Não percebem que os mais jovens estão plugados em seus celulares curtindo as redes sociais, conectados nas notícias de hoje em tempo real. Até mesmo amigos do passado fazem cara feia ao rever, estampadas naquelas imagens, como era difícil a vida naqueles tempos idos, portanto, não traz boas recordações.

É necessário virar a página para enxergar o brilho do presente. "Para isso, precisamos lidar com o que guardamos dentro de nós sobre a pessoa ou situação que perdemos. Nesse primeiro momento do processo, tendemos a ver a situação de forma mais parcial, já que enfrentar toda a situação de luto é um desafio bastante grande", explica Falcão. Aos poucos, essa dor vai passando. Mas nem todo mundo consegue sair dela.

Ao ficar preso em uma determinada época e acreditar que só seria feliz se pudesse reviver o que não existe mais ou não é mais viável, o nostálgico sofre bastante. "Muitas vezes, esse passado fica idealizado como um tempo no qual existia muita felicidade. Numa oposição muito desleal com o presente que, certamente, impõe frustrações", ressalta Falcão. Esse olhar distorcido atrapalha algumas pessoas de verem a época lembrada exatamente como ela era. Os aspectos bons são valorizados e os maus simplesmente desaparecem.

Nos casos mais extremos, elas se recusam a aceitar a época atual. Quando chegam ao ponto de não se lembrarem do passado com felicidade, como é normal, mas com uma dor insuportável, é um sinal de que estão doentes. Ouvir uma música, sentir um perfume, ver uma fotografia ou estar num lugar que traz boas recordações são motivos para elas desabarem.

Experimentam uma sensação de falta constante e não se sentem bem com as mudanças do mundo. Essa nostalgia mais pesada pode gerar depressão, ansiedade, tristeza, angústia, desânimo, dor e muita vontade de chorar. No entanto, seus sintomas não são apenas emocionais. Distúrbios do sono, de alimentação e até dores crônicas podem ser outras consequências. "Quando a pessoa não está conseguindo tocar a vida, trabalhar, desfrutar de bons momentos e ter relações saudáveis, é um indício de que ela não está bem", garante Tardivo. Mas é importante investigar se não existem outras causas por trás de todo esse mal.

DIFICULDADE DE VIVER NO PRESENTE

A necessidade de se refugiar no passado tanto pode estar relacionada a tendências depressivas e à resistência em aceitar as perdas, como também sinalizar uma dificuldade de viver o presente. Isso pode acontecer com qualquer um de nós, porém os mais velhos são os que costumam se apegar mais ao que passou. "O envelhecer é um processo bastante desafiador porque envolve uma reconfiguração da vida diante de perdas que são contundentes e inerentes este momento do ciclo vital", enfatiza Falcão.

Ao perceberem que a saúde, a imagem refletida no espelho, as habilidades e o vigor já não são os mesmos, muitos ‘antigões’ contabilizam tudo o que perderam e se deparam com a finitude. E, para dificultar ainda mais, os lugares que frequentavam para confraternizar com amigos fecharam há muito tempo; as festas tradicionais (como os carnavais nos clubes) e as tardes de domingo curtindo matinês nos cinemas acabaram. Os encontros nas praças, onde havia música e divertidas conversas, já eram. Aos domingos nem se fala mais em jogos de futebol, dos piqueniques, dos jogos de bocha e malha... Restou a muita gente o ‘fique em casa’, o passar do tempo na varanda sem ter nada o que fazer, o vazio de opções para tentar preencher a mente com atitudes e atividades...

É PRECISO ACEITAR

"O segredo é aceitar o que se foi. Não anular ou esquecer. É usar aquilo como riqueza, como ganho", ela acrescenta. Falcão orienta a fazer o exercício de ver com clareza as imperfeições do passado e do presente. "O primeiro desafio que temos é aceitar que qualquer evento da vida será necessariamente composto de aspectos positivos e negativos.

Nunca seremos completamente satisfeitos, nem completamente felizes". Isso significa que sempre encontraremos limites e frustrações.

Essa história de ‘eu era feliz e não sabia’ é uma afirmativa sem nexo. Todo mundo sabe o que viveu, o que sentiu e recorda se foi bom ou negativo, oras... E, se ontem havia alegria, hoje ela continua existindo, basta que cada um ache a forma de conviver e ser feliz com ela.

A conclusão que se chega, depois de analisar estudos científicos sobre o comportamento humano e a saúde mental, é que virar escravo do passado, ficar revirando memórias da juventude e viver atormentado é um caminho que pode levar ao adoecimento psíquico.

E isso é terrivelmente grave e doloroso quando se aproxima a terceira idade – e pior ainda, quando já se está nela! E a única saída que existe é procurar ajuda médica especializada (como uma terapia) para reorganizar a sua história e voltar a ser feliz! (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

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