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NA TRILHA DA HISTÓRIA
Umuarama nasceu na prancheta do genial “Doutor Babkov”
Engenheiro russo criou o traçado urbano da Capital da Amizade
Publicado em 24/06/2022 às 15:44 Ítalo
Umuarama nasceu na prancheta do genial “Doutor Babkov”

Vladimir Babkov, apesar de permanecer no anonimato durante as décadas da colonização do Norte paranaense - em que os pseudos historiadores teceram todas as simpatias em favor dos donos da colonizadora e pouco se referiam a ele nas páginas dos livros de História -, seguramente é uma das figuras cujo nome deve ser resgatado e a quem se deve tributar as mais elogiosas referências.

Resumindo, apesar do anonimato, ele está incluído insuspeitamente na galeria dos personagens de primeira grandeza do desbravamento de grande parte de nosso Estado, afinal, foi o criador do traçado de várias cidades plantadas pela Companhia Melhoramentos e, antes, pela sua antecessora Companhia de Terras Norte do Paraná, quando esta era totalmente comandada sob as rédeas de um grupo de investidores ingleses.

O “Doutor Babkov” (ou “Bacoff”, a pronúncia correta de seu nome), por mais de três décadas dedicando seu talento aos projetos faraônicos da colonizadora, era íntimo da sua diretoria, de quem gozava ampla confiança, tanto é que seus projetos raramente foram alvos de críticas ou de qualquer correção.

Para os subordinados de sua equipe, Babkov era tido como um companheiro de tarefas afável e aberto a conversas informais.

Porém, não do tipo de sujeito dado a fazer gracejos gratuitos, pois, quando não estava debruçado sobre a prancheta criando formas urbanas, saía pelo sertão afora conhecendo “in loco” a topografia das terras de propriedade da Companhia.

Babkov sabia das responsabilidades de exercer o cargo de chefe do Departamento de Topografia da Companhia Melhoramentos Norte do Paraná e de seu status ao figurar no topo da pirâmide corporativa da colonizadora que estava à frente do maior projeto de colonização da América Latina.

O território de sua propriedade somava mais de 500 mil alqueires, um espaço continental em qualquer época e em qualquer lugar do planeta, onde estava sendo aberta a maior fronteira agrícola brasileira do Século 20. Tais dados não são especulatórios e nem tem tom de ufanismo, são absolutamente concretos e documentados.

Um empreendimento gigantesco como esse, não só no aspecto econômico da empreitada, mas na coragem de se comandar uma epopéia de tamanho vulto, é realmente algo digno de figurar na História.

Como engenheiro, topógrafo e agrimensor, Vladimir Babkov foi o responsável pela toponímia de vários municípios que nasceram sob o patriarcado das colonizadoras para as quais prestou serviços durante toda a sua vida profissional.

Durante mais de trinta anos de reportagem coletando informações, material histórico e ouvindo antigos pioneiros, não consegui encontrar ninguém que se lembrasse de Vladimir Babkov ou de alguma visita que ele tenha feito a Umuarama. Nem mesmo os políticos da época da abertura de Umuarama recordam dele.

Isso, provavelmente, porque o engenheiro não gostasse de aparecer, desfrute esse que cabia - e era muito bem aproveitado - pelos diretores da Cia. Melhoramentos. Como todo profissional ou artista genial, preferia se recolher em posição distante, acreditando que sua participação resumia-se à criação das plantas e mapas topográficos, às linhas retas ou curvas que colocava nas obras que idealizava.

O único pioneiro de Umuarama que de vez em quando fazia referência a Babkov era Bohdan Baranhuk, que chegou antes da fundação de Umuarama e participou de toda a maratona de abertura de estradas a perder de vista num tempo em que ainda só existiam mata virgem, terras recém-abertas, bichos e índios à solta.

Dizia Bohdan que vez ou outra encontrava Babkov no escritório da companhia em Maringá, com quem trocava experiências e relatava as tarefas que estavam sendo feitas aqui em Umuarama.

Outro encontro de Bohdan e o engenheiro ocorreu no Hotel Cafeeiros, entre Cruzeiro do Oeste e Umuarama, à margem da velha estrada de chão batido improvisada usando o traçado da estrada de ferro. Ali houve uma reunião com técnicos da Companhia e Babkov estava presente, presidindo a mesa de trabalho. Bohdan Baranhuk contou-me que Babkov sempre se limitava a discutir deveres, projetos e o cumprimento de ordens de serviço, demonstrando que não havia tempo disponível para conversar amenidades.

Daí conclui-se que a execução do Plano Diretor de Umuarama assinado por Babkov foi acompanhado à distância pelo autor, porém cumprido à risca como determinavam as linhas por ele traçadas. Enquanto as equipes trabalhavam em campo, Babkov dedicava-se a outros projetos da Companhia, afinal ela havia gerado um rosário de cidades entre o Norte Pioneiro e o Norte Novíssimo, algo continental como já citei antes.

Ratifico que Babkov é um baluarte do processo colonizatório do hemisfério Norte paranaense. Concorde-se ou não com a funcionalidade de seus projetos ao passar do papel para a realidade, é inevitável admitir que se trata de um luminar histórico.

Primeiro, porque projetar uma cidade, seja ela do tamanho que for, é um ato de criação que exige talento da mais pura excelência, diria até maestria elevada à mais alta potência em nível de idéias no âmbito da engenharia, arquitetura e urbanismo.

Segundo, porque Babkov é, indiscutivelmente, um homem à frente de seu tempo, um precursor na arte de criar cidades numa época em que as dificuldades eram astronomicamente imensas com relação aos dias atuais. No próximo domingo darei prosseguimento à biografia do russo que projetou Umuarama... (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

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