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NA TRILHA DA HISTÓRIA
POR QUE UMUARAMA AINDA NÃO POSSUI UM MUSEU HISTÓRICO???
Até hoje nenhum prefeito completou o projeto original que inclui um museu no Centro Cultural!
Publicado em 17/06/2025 às 20:34 Italo
POR QUE UMUARAMA AINDA NÃO POSSUI UM MUSEU HISTÓRICO???

Vivemos – e se não mudar a mentalidade dos futuros prefeitos que não dão a menor importância ao valor de preservar a história de uma cidade e de seu povo – continuaremos a viver numa cidade que não possui um Museu Histórico onde as novas gerações podem estudar, pesquisar e conhecer o passado de Umuarama desde a sua pré fundação até esta era moderna em que ela é consagrada como uma grande metrópole paranaense.

E, para piorar ainda mais essa tosca realidade, basta acrescentar que cidades vizinhas, muito menores e mais ‘jovens’ que a nossa Capital da Amizade, já possuem espaços específicos para preservar documentos, imagens e todo tipo de objetos que retratam e preservam o passado que é a raiz do presente e do futuro desses municípios!!! E nossa Umuarama, neste momento em que festeja 70 anos, não possui essa obra de monumental importância para uma metrópole com mais de 100 mil habitantes!!!

TODAS AS CIDADES PARANAENSE PRESERVAM AS SUAS HISTÓRIAS!

Nos últimos vinte anos tornou-se habitual ver na mídia e nos grandes sites de notícias rankings de diversos setores da economia brasileira e da economia paranaense Umuarama ocupando posições dignas de louvor.

É indiscutível frisar que a Capital da Amizade vem respirando um clima de sólido desenvolvimento antes nunca visto desde a sua remota fundação, em 1955. A nossa gente, orgulhosa, pode repetir que aqui tem de tudo e que as perspectivas são de que esse panorama otimista vai melhorar ainda mais.

Porém, apesar dessa efervescente euforia, é preciso firmar os pés no chão e meditar que ainda há muita coisa por fazer para que Umuarama seja uma cidade realmente preparada para o futuro...

Uma dessas lacunas se encontra no setor da cultura-educação, apesar que nos últimos tempos temos observado um florescimento admirável de movimentos culturais e de talentos artísticos apoiados pelo governo municipal, através da Fundação Cultural. Um trabalho precioso sem similar em administrações do passado.

Mas, o grande vazio que insiste em perdurar, e que parece nunca ter fim, é com relação à História do município, a memória de sua gente amiga e trabalhadora. Nesse quesito, usando de máxima franqueza, Umuarama deixa muito a desejar. Simplesmente esse assunto foi completamente ignorado, desprezado diria, pelos políticos-administradores que passaram pelo Paço da Amizade.

Causa até um certo desconforto ver que cidades vizinhas, muito menores que Umuarama, há muito tempo possuem museus em plena atividade. Vale citar exemplos como Cruzeiro do Oeste, Guaíra, Campo Mourão, Cianorte, Toledo... E, para dar água na boca de inveja, digo que Maringá possui mais de dez!!!

TEMOS DE TUDO, MENOS UM MUSEU...

Estou me referindo à criação oficial do MUSEU HISTÓRICO DE UMUARAMA. Recentemente até houve preparativos de uma estrutura preliminar para a instalação desse órgão nas dependências do Centro Cultural, mas era fim de administração e o projeto foi literalmente engavetado. Não se falou mais no assunto...

Também já aconteceram muitas promessas de políticos de dar atenção a esse importante assunto, mas, como eu disse, eram promessas em tempo de maratona eleitoral atrás de votos. Também já se tocou no assunto em junhos passados em épocas festivas comemorando o aniversário de fundação da cidade, 26 de junho.

UMA VALIOSA FONTE DE SABER PARA AS NOVAS GERAÇÕES

Testemunha eu sou de uma legião de professores e estudantes que surtam diante da barreira de dificuldades que encontram para garimpar informações e documentos históricos de Umuarama para preparar monografias e trabalhos acadêmicos.

Eu, pessoalmente, há muito tempo desisti em procurar em órgãos públicos esse tipo de material. Sempre ouvi que essas repartições não tem ninguém com tempo disponível para apurar dados; outras, nem sequer tem acervos. Tudo se perdeu no tempo no decorrer das décadas.

No início dos anos 1980, então assinando coluna diária no extinto jornal ‘A Tribuna do Povo’, lancei uma campanha em prol da criação de um Centro Cultural – onde seria reservado amplo espaço para o tão sonhado Museu Histórico. A ideia repercutiu fortemente, principalmente entre professores das escolas municipais e estaduais do município – inclusive houve palestras na Unipar, ministradas pelos cursos de Arquitetura e Urbanismo e História, sobre os diversos artigos que escrevi.

Naquelas reportagens antigas sugeri que a colonizadora Companhia Melhoramentos Norte do Paraná doasse uma parte do imóvel que cedia por comodato ao município, ocupado durante 20 anos pela Prefeitura, lá na esquina da Rua Arapongas esquina com Avenida Maringá, em pleno centrão da urbe.

Naquele espaço, onde funcionaram o antigo gabinete do prefeito, sala e antessala de recepção e de muitas salas do setor contábil, comunicação e outras, sugeri que poderiam construir o Museu Histórico, afinal aquela área de meio quarteirão tinha espaço suficiente para a obra.

A sugestão poderia ter sido adotada quando a sede do Poder Executivo se mudou em 1981 para o atual Paço da Amizade, no Centro Cívico. Mas, assim que aconteceu a mudança, a colonizadora rapidamente colocou à venda o amplo terreno. E, claro, por se tratar de um imóvel valioso no coração da cidade, foi comprado numa velocidade de relâmpago... E assim rodou por escada abaixo uma oportunidade do Museu Histórico se tornar realidade!

A CONSTRUÇÃO DO MAJESTOSO CENTRO CULTURAL

Em 1985, aconteceu a retumbante eleição do prefeito Antonio Romero Filho, que depois consagrou-se como um dos maiores administradores na História da Capital da Amizade.

Em sua campanha, ‘Romerão’, como era chamado pelo eleitorado, prometeu nos palanques de seus comícios, com a minha coluna em punho mostrando-a para as plateias, que realizaria essa grande obra durante seu mandato. E cumpriu a promessa!!! Entregou o belo e moderno Centro Cultural causando alegria à comunidade, prova disso é que até hoje ‘Romerão’ é lembrado como um administrador de primeira grandeza.

Vale registrar em alto relevo que da planta original (mapa, projeto) do arrojado Centro Cultural consta um grande espaço onde deveria estar funcionando desde aquela data o Museu Histórico de Umuarama. Ele fica em frente à entrada para o auditório do grande teatro, mas nunca foi ocupado para a finalidade que foi construído. Ou seja, o Museu ‘foi construído’ mas ele ‘nunca existiu...’. Só mesmo em Umuarama acontecem absurdos dessa natureza...

Num gesto de profunda gratidão devo registrar que o prefeito Antonio Romero Filho e a Câmara de Vereadores na época me homenagearam concedendo-me a maior e mais bela honraria do município, o Título de Cidadão Honorário da nossa amada Capital da Amizade, porque fui o autor da ideia de edificar o Centro Cultural-Museu Histórico, obra monumental que o Poder Executivo edificou para a posteridade no Centro Cívico.

MAS DEPOIS ‘ESQUECERAM’ DO MUSEU...

Após a inauguração memorável do Centro Cultural em 1988 é que aconteceu a maior maldade com a cultura e a História da cidade e de sua gente. Depois que ‘Romerão’ cumpriu seu brilhante mandato, os prefeitos que vieram a seguir simplesmente enterraram numa gaveta qualquer o projeto operacional do museu. Ou seja, a sequência exigida de organizar e mobiliar o museu não foi cumprida, como instalação de móveis e vitrines apropriados para acomodar peças históricas, documentos, fotografias, filmes, quadros, revistas e jornais antigos... O que existe está amontoado pelos quatro cantos da biblioteca.

Nem sequer lembraram de formar uma equipe que organizaria e administraria o museu. A realidade que incomoda é que aquele espaço há décadas vem sendo usado para outras finalidades, menos a de preservar a memória de Umuarama, justamente o motivo para o qual foi projetado. Além de um monumental teatro, o Centro Cultural de Umuarama possui biblioteca e espaço amplo para a realização de eventos, cursos e diversas oficinas.

Outro detalhe amargo de toda essa história é que sempre que surgem doações de populares, esse material vem sendo acumulado pelos cantos do Centro Cultural. E, para completar esse cenário depreciativo, quando acontecem eventos no Centro Cultural comemorando o aniversário da cidade, em 26 de junho, ninguém se lembra de ativar o Museu Histórico...

E, por fim, como choramingo final, devo dizer que é muito difícil acreditar que um município desenvolvido como o nosso, com 70 anos de fundação, desconhece que a museologia deve fazer parte da vida cotidiana da comunidade, especialmente dos jovens que devem conhecer a História da cidade onde nasceram e vivem...

CRUZEIRO DO OESTE É UM BELO EXEMPLO DE PAIXÃO PELA MUSEOLOGIA!

É oportuno registrar que a poucos quilômetros de Umuarama existe uma cidade que é verdadeiro exemplo de paixão pela museologia. E a Capital da Amizade deveria se inspirar nela para criar o seu museu.

É a vizinha Cruzeiro do Oeste e a sua população se orgulha do Museu de Paleontologia, consagrado como um ponto de importância do turismo científico no Brasil e na América do Sul. É o epicentro da famosa “Terra dos Dinossauros”!

Seja tanto economicamente como em número de habitantes, Cruzeiro do Oeste é muito menor que Umuarama. No entanto ela investe alto em educação e cultura. Tanto é que ela há décadas já possui o Museu Histórico, que existe há décadas e recebe filas de visitantes que vão analisar estudar e admirar documentos, fotos, raridades de todo tipo e livros que narram a história daquela cidade preservando a memória de seus fundadores. E ele existe muito tempo antes do moderno Museu dos Dinossauros, hiper moderno e inaugurado recentemente.

Como se voltassem no tempo, os estudantes professores e moradores da cidade podem visitar o Museu Histórico onde conhecem as origens, fatos e personagens marcantes de Cruzeiro do Oeste. Fotografias, objetos antigos e arquivos jornalísticos são alguns dos itens que compõe o acervo, preservando o passado em prol do conhecimento futuro. (ITALO FÁBIO CASCIOLA)

IMAGENS: Prefeituras de Umuarama e Cruzeiro do Oeste

WWW.COLUNAITALO.COM.BR

O Centro Cultural, quando construído na década de 1980, tinha em seu projeto arquitetônico original um amplo espaço reservado para a instalação de um Museu Histórico de Umuarama. Até hoje, todos os prefeitos que passaram ignoraram essa obra...

O famoso Museu de Paleontologia de Cruzeiro do Oeste é o epicentro da “Terra dos Dinossauros”, famoso em todo o Brasil e que é visitado por milhares de turistas. É moderno e espaçoso acomodando esqueletos dos personagens gigantes que habitaram este território milênios atrás...

Este é o mais antigo museu da vizinha Cruzeiro do Oeste. Detalhe: há décadas ele funciona numa casa de madeira, construída nos tempos da fundação da cidade, constituindo-se num cenário originalmente antigo para a preservação da história do município e de sua legião de pioneiros.

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